Venâncio Mondlane critica PGR e denuncia falta de respostas em casos de violência política

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane afirmou que não se pode esperar qualquer ação concreta da Procuradoria-Geral da República (PGR), pois, segundo ele, a instituição "não tem argumentos". 

A declaração foi feita durante uma entrevista ao Centro de Integridade Pública (CIP), onde Mondlane expôs várias situações que, na sua ótica, demonstram a inoperância da justiça moçambicana.  

Entre os casos mencionados, destaca-se um processo que surgiu durante a pré-campanha eleitoral de 2023, envolvendo alegado uso abusivo de bens do Estado pelo candidato da FRELIMO. Segundo Mondlane, apesar de já terem se passado mais de seis meses, até agora não houve qualquer notificação. 

Ele também citou o assassinato de Elvino Dias, morto com 25 tiros, e o caso da vala comum de Macanga, na província de Tete, onde oito pessoas foram encontradas mortas. 

Para o político, a falta de respostas da PGR sobre esses casos reforça a descrença na justiça. ASSISTA O VIDEO 👇

Outro ponto levantado por Mondlane foi a queixa-crime submetida recentemente contra Daniel Chapo, governador de Inhambane, por alegada incitação à violência pública em Palma. Segundo ele, este caso servirá como um teste à isenção da PGR. 

"Esperamos que a procuradoria tenha a mesma celeridade e também o submeta a pelo menos 9 ou 10 horas de interrogatório", declarou.  

O líder da oposição também denunciou supostas perseguições políticas contra ele e seus apoiantes. Ele relatou que, desde que Daniel Chapo fez declarações inflamadas, várias pessoas ligadas à oposição foram assassinadas, incluindo uma emboscada policial contra sua caravana no dia 5 de março.  

Sobre as restrições impostas pela justiça, que o impedem de se ausentar de sua residência por mais de cinco dias sem aviso prévio, Mondlane minimizou os impactos, afirmando que continuará a fazer campanha política por meio das plataformas digitais e trabalho de campo. "Se eu precisar ficar mais de cinco dias fora, basta informar a procuradoria", explicou.  

O político, que já sofreu quatro atentados, criticou a falta de proteção do Estado e apontou que a medida que limita seus movimentos coloca sua segurança em risco. Ele reforçou que a PGR perdeu a confiança do povo e que suas decisões são marcadas por parcialidade.  

Durante a sua audição na procuradoria, uma multidão de apoiantes tentou acompanhá-lo, chegando a entrar em confronto com a polícia. O episódio demonstrou, segundo Mondlane, o forte apoio popular à sua luta contra aquilo que chama de "perseguição política de alto nível".  

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