"Esquadrões da Morte": TV Sucesso revela lista de vítimas de raptos e assassinatos políticos em Moçambique
A TV Sucesso divulgou uma reportagem de investigação que traz à tona uma lista de vítimas atribuídas aos chamados "Esquadrões da Morte" em Moçambique — um fenómeno sombrio que envolve raptos, agressões e assassinatos de figuras públicas, políticos, ativistas, jornalistas e académicos, nos últimos dez anos.
A reportagem traça uma cronologia de casos marcantes que abalaram a opinião pública e permanecem, em grande parte, envoltos em impunidade e mistério.
Entre as vítimas mais emblemáticas está o constitucionalista luso-moçambicano Gilles Cistac, morto a tiros em plena luz do dia numa cafetaria em Maputo, a 3 de março de 2015. No mesmo ano, o jornalista Paulo Machava foi assassinado a tiros enquanto praticava exercícios na Avenida Agostinho Neto.
Em 2016, o professor universitário José Jaime Macuane foi raptado e baleado nas pernas por desconhecidos, um caso que levantou sérias suspeitas de motivações políticas.
A lista segue com nomes como o deputado da RENAMO Jeremias Pondeca, morto enquanto fazia exercícios na Marginal de Maputo em outubro de 2016, e o então edil de Nampula Mahamudo Amurane, assassinado na sua farmácia em 2017.
Em 2019, o ativista Anastácio Matavel foi morto por agentes da polícia de elite em Gaza, um dos poucos casos que levou os autores à barra do tribunal.
Mais recentemente, crimes como o assassinato do advogado Elvino Dias, mandatário do partido PODEMOS, e a tentativa de homicídio contra o músico e ativista Joel Amaral, conhecido como MC Trufafá, baleado na cidade de Quelimane, reforçam o padrão de violência seletiva.
A maioria dos casos apresenta um denominador comum: os criminosos raramente são identificados, e os mandantes quase nunca enfrentam a justiça.
Os chamados "Esquadrões da Morte" são grupos, muitas vezes associados a forças de segurança ou estruturas paralelas do Estado, que operam fora da legalidade, recorrendo a métodos de intimidação, tortura e execução sumária, geralmente motivados por interesses políticos.
