
Quelimane — Pelo segundo dia consecutivo, centenas de cidadãos saíram às ruas da Cidade de Quelimane em protesto contra a tentativa de assassinato de Joel Amaral, amplamente conhecido como MC Trufafa, então director de campanha do líder da oposição Venâncio Mondlane.
A marcha teve início no mesmo local onde Amaral foi baleado, supostamente por elementos ligados aos temidos esquadrões da morte.
A manifestação foi marcada por emoção, revolta e uma forte carga simbólica, com cartazes, palavras de ordem e clamores por justiça.
Entre os manifestantes estavam familiares de Elvino Dias, outro apoiante de Mondlane que foi brutalmente baleado em Maputo.
Eles se juntaram ao cortejo num gesto solidário, reforçando a narrativa de que os ataques fazem parte de uma campanha de intimidação sistemática contra opositores políticos.
“Estamos aqui por justiça. Não apenas por Joel, mas por todos os que tombaram ou foram silenciados por ousarem pensar diferente. Moçambique não pode continuar a tolerar que o preço da democracia seja pago com sangue”, desabafou uma jovem manifestante.
O próprio Venâncio Mondlane, figura central da oposição moçambicana e um dos mais visados pela repressão estatal, participou e liderou o protesto, sendo ovacionado pelos presentes.
A tensão política em Moçambique ganha novos contornos com esses episódios, alimentando um clima de indignação crescente entre os cidadãos que exigem o fim da perseguição política e o respeito pelos direitos humanos.