
A acção, destinada a custear os tratamentos médicos de Amaral, levanta agora questões sobre os limites entre solidariedade genuína e ganho político.
Internado em estado grave após ter sido brutalmente baleado, Joel Amaral tornou-se símbolo da dor colectiva e da luta pela liberdade de expressão num país onde criticar o sistema pode ter um preço elevado.
A campanha, impulsionada através das carteiras digitais da esposa da vítima, já começa a mobilizar apoios dentro e fora da cidade, entre cidadãos comuns, artistas e activistas.
No entanto, o gesto de Mondlane, embora amplamente aplaudido nas redes sociais, também tem gerado leituras menos entusiastas.
Um politólogo ouvido pelo Txopela News considera que “não há acções neutras num momento como este”, e que a actitude do político pode estar igualmente orientada para reforçar sua imagem junto do eleitorado.
“Mondlane é exímio em ler o pulso social e agir conforme os ventos. Este é, sem dúvida, um momento oportuno para reforçar o seu capital simbólico”, acrescentou veja aqui.
Apesar das interpretações, o sentimento dominante nas ruas de Quelimane é o de urgência e empatia. Transferências via M-Pesa e e-Mola não param de chegar, acompanhadas por mensagens de força e manifestações públicas.