Hospital Geral de Nacala quer travar “morte silenciosa” de medicamentos nos armazéns

Vários medicamentos do Sistema Nacional de Saúde armazenados no Hospital Geral de Nacala correm o risco de expirar por falta de prescrição. Apesar de serem eficazes no tratamento das doenças mais comuns na região — como malária, diarreias, hipertensão e diabetes — muitos destes fármacos são ignorados por não pertencerem à lista de primeira linha, segundo critérios clínicos actualmente em uso.


Entre os medicamentos menos prescritos e que têm altos níveis de stock encontram-se o fluconazol, cloxacilina, cloranfenicol, cotrimoxazol e alguns injectáveis, que, segundo as autoridades do Hospital Geral de Nacala, poderiam ser eficazmente utilizados, caso houvesse maior integração e diálogo entre os sectores clínico e farmacêutico.


A consequência tem sido o regresso de muitos pacientes a casa sem medicamentos, situação que preocupa o Comité Terapêutico do hospital, que iniciou acções de sensibilização junto dos profissionais de saúde. O objectivo é claro: incentivar a prescrição responsável dos medicamentos alternativos disponíveis, evitando o desperdício de recursos públicos e promovendo uma melhor resposta aos problemas de saúde das comunidades.


Em declarações ao nosso jornal, o director clínico do Hospital Geral de Nacala, Augusto Magundo, confirmou que a falta de informação entre técnicos de saúde e o sector de farmácia é um dos principais entraves à utilização racional dos medicamentos em stock.


“No meio deste debate, foram levantadas várias preocupações sobre o cumprimento da prescrição e constatou-se que há medicamentos que não estão a ser utilizados. Concluímos que é preciso melhorar a comunicação através da actualização semanal das listas de medicamentos disponíveis nas farmácias”, afirmou Magundo.


O responsável clínico sublinhou ainda que o hospital dispõe de medicamentos suficientes para tratar as principais patologias registadas, e que o maior desafio é fazer com que os clínicos tenham acesso actualizado às informações sobre a disponibilidade desses medicamentos.


“O mais importante é garantir que o prescritor tenha consciência de que há alternativas viáveis para tratar os pacientes. Sempre que chegam novos lotes de medicamentos, é fundamental que essa informação circule rapidamente”, reforçou.


De forma a combater esta falha sistémica, o Comité Terapêutico tem promovido reuniões semanais e encontros trimestrais de balanço, onde são partilhadas experiências e revistos os protocolos de atendimento, sempre com foco na melhoria da qualidade da assistência prestada à população.


A direcção hospitalar acredita que, com melhor articulação entre as equipas clínicas e o sector de farmácia, será possível evitar que medicamentos continuem a expirar sem uso, enquanto os pacientes saem sem tratamento adequado — um cenário que compromete a confiança no sistema de saúde e a própria saúde pública em Nacala-Porto. Nélia Cornélio – Nacala Porto


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