
Vários líderes da oposição guineense denunciaram neste domingo (14) uma alegada tentativa de detenção de Bubacar Turé, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, após este ter feito duras críticas ao regime sobre as mortes de pacientes no recém-inaugurado centro de hemodiálise do Hospital Simão Mendes, em Bissau.
Segundo a Liga, a residência de Turé foi invadida por seis agentes da polícia, que revistaram todos os compartimentos à sua procura.
A ação gerou forte reação da oposição, incluindo dos ex-primeiros-ministros Nuno Nabiam, Domingos Simões Pereira e Aristides Gomes.
Aristides Gomes, atualmente no exílio, afirmou que Turé está a ser alvo de perseguição pelas forças de defesa e segurança e advertiu que, caso o ativista seja capturado e torturado, haverá esforços internacionais para responsabilizar o regime da Guiné-Bissau.
Domingos Simões Pereira declarou que a perseguição contra Turé representa uma ameaça à democracia: “Esta ocorrência tem o rosto do regime.
Quem discorda deve recorrer à justiça e não à repressão”. Já Nabiam reforçou que "não pode haver perseguição na democracia", solidarizando-se com Turé e exigindo respeito pelos direitos humanos.
Bubacar Turé encontra-se atualmente no interior do país, em missão de serviço, enquanto aumenta a preocupação nacional e internacional com sua integridade física.
A Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau e o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil também expressaram alarme com os acontecimentos. (DW)