Álvaro Massingue Suspenso por um Ano e Fora da Corrida à Presidência da CTA

Maputo, 23 de Abril de 2025 – A corrida à liderança da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) entrou numa fase turbulenta com a suspensão, por um ano, de Álvaro Massingue, antigo vice-presidente e um dos principais candidatos à sucessão de Agostinho Vuma. 

A decisão foi anunciada pelo Conselho Diretivo da CTA e tem efeitos imediatos, afastando Massingue da disputa eleitoral marcada para 14 de maio.

A deliberação, datada de 21 de abril, foi enviada à Câmara de Comércio de Moçambique – entidade que apoia a candidatura de Massingue – e baseia-se, segundo a CTA, em “atos dolosos” com o objetivo de manipular o caderno eleitoral. A medida visa, de acordo com o órgão, preservar a integridade institucional do processo eleitoral.

Apesar da decisão, Massingue rejeita a suspensão e garante que continuará na corrida. Em declarações à TV Miramar, classificou a deliberação como "antiética e ilegal", invocando uma providência cautelar do Tribunal Judicial de KaMpfumo que, segundo ele, proíbe a atual direção da CTA de tomar decisões de natureza disciplinar.

Massingue acusa ainda a atual direção, liderada por Agostinho Vuma, de estar fora de mandato desde dezembro do ano passado, e denuncia conflito de interesses: “Os membros do Conselho que me afastaram são também candidatos, atuando como juízes em causa própria, violando os princípios de ética e imparcialidade”, disse.

A controvérsia agravou-se com uma segunda nota emitida pela CTA nesta terça-feira, onde o órgão rebate os argumentos apresentados por Massingue. Segundo a nova deliberação, a instauração do processo disciplinar antecede a notificação da providência judicial, o que, para o órgão, afasta qualquer acusação de desobediência.

Em paralelo, o Conselho Diretivo revelou ainda indícios de um alegado esquema de pagamento de cotas por parte da Câmara do Comércio a várias associações para garantir apoio à candidatura de Massingue. 

Uma mensagem considerada comprometedora teria sido enviada por engano e posteriormente apagada, sugerindo coordenação de pagamentos sem respaldo institucional.

Com a situação a escalar para os tribunais, o ambiente na maior organização empresarial do país é de incerteza e tensão, colocando em xeque a legitimidade do processo eleitoral na CTA. (TV Miramar)

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