
O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane e o seu assessor direto, Dinis Tivane, viajaram para Gaberone, na República do Botsuana, onde têm mantido diversos encontros políticos e institucionais.
Entre as reuniões realizadas, destaca-se o encontro com o ex-Presidente do Botsuana, Seretse Khama Ian Khama, que governou o país entre 2008 e 2018.
A reunião ocorreu num momento em que Mondlane enfrenta uma polêmica em Moçambique devido à sua convocação pela Procuradoria-Geral da República (PGR), onde deverá prestar declarações na Terca-Feira, 11 de Março.
O político é suspeito de incitação à desobediência e outros crimes, no contexto das manifestações registradas no país após as eleições gerais de 2024.
Seretse Khama Ian Khama, filho do primeiro Presidente do Botsuana, abandonou o poder em 2018 e, posteriormente, entrou em conflito com o seu sucessor, Mokgweetsi Masisi.
Acusado de posse ilegal de armas de fogo, chegou a ter contra si um mandado de captura emitido pelos tribunais do Botsuana. Apesar disso, manteve-se ativo no cenário político e tem denunciado perseguições contra si.
A aparição pública de Venâncio Mondlane ao lado de Ian Khama levantou novas especulações e serviu para contestar os rumores divulgados em plataformas mediáticas moçambicanas que sugeriam que o político teria fugido do país para evitar responder à PGR.
Desde que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) reconheceu Mondlane como o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais de 2024, ele passou a integrar o Conselho de Estado, conforme estipulado no artigo 163 da Constituição da República de Moçambique (CRM).
Esta posição concede-lhe imunidades e prerrogativas protocolares, protegendo-o de determinadas ações judiciais sem o cumprimento de requisitos legais específicos, conforme o artigo 164, número 3 da Constituição.
LEIA TAMBEM: "Porque apenas Venâncio Mondlane foi Notificado?", Questiona Ivandro Massingue
Apesar disso, alguns setores próximos ao regime continuam a argumentar que Mondlane poderá ser responsabilizado pelos episódios de violência ocorridos durante as manifestações pós-eleitorais, uma narrativa que não condiz com o discurso recente do Presidente da República, Daniel Chapo, que defendeu um diálogo político inclusivo para abordar reformas estruturais no país.
A deslocação de Mondlane ao Botsuana surge, portanto, num momento estratégico, e a sua reunião com Ian Khama pode ser interpretada como um sinal de reforço de alianças internacionais e afirmação política num contexto de elevada tensão em Moçambique. Continua LER mais...[AQUI]
JUNTA-SE AO NOSSO CANAL NO WHATSAPP....["CLIQUE AQUI"]
Fonte: Integrity Magazine