Durante uma transmissão ao vivo, o político moçambicano Venâncio Mondlane fez duras críticas ao que considera ser a marginalização da população pobre do país.
Segundo Mondlane, o termo “marginal” refere-se àqueles que estão à margem do sistema, sem acesso aos benefícios sociais e econômicos, e, dessa forma, Moçambique teria cerca de 23 milhões de marginais – um reflexo dos níveis alarmantes de pobreza.
O político destacou que esses "marginalizados" são justamente os que lutam pelos direitos daqueles que têm empregos, terrenos, escolas, saúde e transporte.
“São os que vão às ruas, são mortos, são feridos, são presos, são sequestrados, desaparecem. E mesmo assim, são chamados de vândalos, de bandidos, de inconscientes”, afirmou.
Mondlane citou como exemplo o caso de Topuito, no distrito de Moma, onde moradores se revoltaram ao descobrir que fundos destinados à construção de uma ponte e uma estrada haviam sido desviados.
“Os acadêmicos, os intelectuais, que deviam investigar e denunciar, nada fizeram. Foram os marginais, os que estão na rua, que expuseram essa corrupção e exigiram responsabilidades ao administrador distrital”, enfatizou.
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O ex-deputado também criticou analistas, acadêmicos e comentadores políticos que, segundo ele, ignoram os abusos do poder e preferem atacar as vítimas da opressão. ASSISTA O VÍDEO AQUI 👇
“Em vez de condenarem os corruptos que desviam dinheiro público, condenam a população que se revolta contra essa injustiça. Beneficiam-se da luta dos pobres, mas chamam-nos de inconscientes”, concluiu.
As declarações de Venâncio Mondlane reforçam o debate sobre desigualdade e justiça social em Moçambique, num momento de crescente contestação popular contra a corrupção e a má governação. Continua LER mais Conteúdos...[AQUI]