Venâncio Mondlane Acusa PGR de Partidarismo e Questiona Inércia em Processos contra Dirigentes da Frelimo
O político moçambicano Venâncio Mondlane criticou duramente a Procuradoria-Geral da República (PGR), acusando-a de agir de forma partidária ao interrogá-lo enquanto processos contra dirigentes da FRELIMO permanecem sem avanço.
Na terça-feira, 11 de março, Mondlane foi interrogado por mais de 10 horas, mas, segundo ele, não foi informado sobre as acusações que pesam contra si.
O questionamento teria se limitado à realização de manifestações e uma suposta desordem pública.
O político manifestou indignação com a falta de clareza da PGR e a rapidez com que seu caso está a ser tratado, em contraste com a inércia diante de denúncias contra altos dirigentes do partido no poder.
Ele relembrou que, nos últimos três meses do mandato do antigo comandante-geral da polícia, mais de 400 pessoas foram mortas e 4.000 cidadãos foram presos de forma ilegal. No entanto, esses casos não avançaram na Justiça.
Além disso, Mondlane apontou a inação da PGR diante do uso de viaturas, helicópteros e outros bens do Estado por parte do antigo e do atual presidente da República durante a pré-campanha eleitoral.
O político também criticou o silêncio da PGR em relação às declarações de Daniel Chapo sobre "jorrar sangue", afirmando que tais ameaças têm sido concretizadas pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
Para Mondlane, a postura do órgão máximo da Justiça moçambicana revela sua subordinação ao Executivo, desrespeitando o princípio da separação de poderes.
Além do interrogatório, a PGR impôs restrições à sua liberdade, determinando que não pode permanecer fora de casa por mais de cinco dias consecutivos e que deve atualizar constantemente sua localização.
Ele também precisa comunicar todas as suas deslocações e se apresentar às autoridades sempre que solicitado.
Apesar das adversidades, Venâncio Mondlane reafirmou seu compromisso com os moçambicanos e garantiu que continuará com suas atividades políticas.
Fonte: TV Sucesso