“Queremos contrariar o movimento pendular da justiça moçambicana” – Wilker Dias

O activista Wilker Dias defende que o principal avanço do processo em curso na Procuradoria-Geral da República (PGR), contra altas patentes da Polícia moçambicana, poderá ser a responsabilização dos envolvidos.

Dias mantém essa posição ciente do histórico da justiça nacional, que frequentemente favorece indivíduos com influência no Estado, em detrimento das vítimas.

“Acredito que, perante a lei, somos todos iguais. E é preciso que gradualmente possamos desmitificar isso, porque, ao longo da nossa história, verificamos que a questão do acesso à justiça até o seu produto final é quase uma irrealidade. Sempre tende a pendular para um lado, e nós vamos tentar contrariar isso, quebrar essa barreira que existe no nosso sistema de justiça. Essa é uma das primeiras ações. Acredito que o primeiro grande passo está a ser dado hoje, em que, provavelmente, a posterior, teremos o próprio comandante e o Ministro do Interior a estarem aqui presentes”, afirmou.

As declarações foram feitas na quinta-feira, após a primeira audiência de apresentação de alegações no processo movido contra o antigo Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, e o ex-Ministro do Interior, Pascoal Ronda.

Segundo Wilker Dias, o caso entra agora na fase de audição das alegações junto da magistrada do Ministério Público.

“Agora estamos na fase da audição, em que vamos poder dizer aquelas que são as nossas alegações em torno deste processo das mortes, etc., junto da magistrada do Ministério Público. Acredito que, posteriormente, passaremos para as próximas fases. Este processo surge numa altura em que também temos mais mortes a verificar, e de certeza será adicionado a esse dossiê, e poderá ser aberto outro dossiê para os outros comandantes que estiveram por detrás destas mortes verificadas no território nacional”, acrescentou, citado pela TV Sucesso.

O processo exige a responsabilização das autoridades devido às centenas de mortes atribuídas à atuação de agentes da Polícia da República de Moçambique, durante a repressão das manifestações pós-eleitorais, entre Outubro de 2024 e Janeiro de 2025. Continua LER mais o Conteúdos na íntegra "CLIQUE AQUI" e saiba mais.

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