
O governo do Qatar apresentou um memorando ao Tribunal Internacional de Justiça solicitando que Israel permita a entrada de ajuda humanitária nos territórios palestinianos ocupados sem qualquer obstrução.
O pedido baseia-se numa decisão judicial anterior e visa garantir a assistência essencial à população palestiniana.
Segundo o documento, divulgado pela agência oficial do Qatar, QNA, Israel deve permitir que as Nações Unidas e outras organizações internacionais, como a Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), operem livremente na região.
O Qatar enfatizou a necessidade de facilitar a distribuição de alimentos, vestuário e material médico, sem restrições impostas pelo governo israelita.
O memorando também apela à revogação da legislação aprovada pelo Parlamento israelita em outubro de 2024, que proíbe as atividades da UNRWA em Israel e em Jerusalém Oriental, além de restringir qualquer contato com as autoridades israelitas.
O Qatar, que tem atuado como mediador no conflito entre Israel e Hamas ao lado do Egito e da Arábia Saudita, afirmou que confia no parecer do Tribunal Internacional de Justiça para esclarecer questões jurídicas cruciais e garantir os direitos da população palestiniana.
O cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro pôs fim temporário a 15 meses de combates em Gaza, desencadeados após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
Segundo as autoridades israelitas, o ataque matou cerca de 1.200 pessoas e resultou no sequestro de mais de 250 reféns. A retaliação israelita deixou mais de 48.300 mortos em Gaza, conforme dados do Hamas.
Com sede em Haia, nos Países Baixos, o Tribunal Internacional de Justiça é o principal órgão judicial das Nações Unidas e tem um papel essencial na resolução de disputas entre Estados.
Fonte: RM-NM
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