O analista político Mohamed Yassin criticou duramente a Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando que a instituição focou-se apenas nas consequências das manifestações pós-eleitorais em Moçambique, ignorando as suas causas fundamentais.
Durante um debate televisivo na TV Miramar, Yassin destacou que a crise política e social vivida no país é resultado direto do processo eleitoral de 2024, marcado por denúncias de fraude e irregularidades.
Para ele, a PGR, ao invés de investigar os indícios de manipulação eleitoral, concentrou-se na repressão das manifestações populares que contestavam os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
"O que estamos a ver é uma inversão da ordem. A Procuradoria deveria ser a primeira a investigar a legalidade do processo eleitoral, chamando à responsabilidade os envolvidos em possíveis fraudes.
No entanto, preferiu ignorar essa questão e focar-se na reação popular, que nada mais é do que o impacto do próprio processo eleitoral", afirmou Yassin. ASSISTA O VIDEO AQUI 👇
Ele sublinhou ainda que a PGR, como defensora do Estado e do interesse público, deveria ter convocado os órgãos eleitorais, como o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a própria CNE, para esclarecerem as suspeitas levantadas antes do anúncio dos resultados.
"O povo saiu às ruas porque não concordou com o que foi anunciado. A manifestação foi uma consequência, e não a causa do problema. O que a PGR fez foi inverter os papéis, tratando a resposta popular como um crime e não como um direito democrático", acrescentou o analista.
A declaração de Yassin surge num momento em que diversas figuras da oposição, incluindo Venâncio Mondlane, enfrentam processos judiciais sob acusações de incitação à desordem pública e outros crimes. No entanto, a defesa desses políticos alega que a perseguição tem um viés político e visa silenciar vozes críticas ao atual governo.
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A posição da PGR tem sido amplamente debatida na esfera pública, especialmente à luz das disposições constitucionais que garantem a soberania popular e a primazia da Constituição sobre outras normas do ordenamento jurídico moçambicano.
Diante do atual cenário, cresce a pressão sobre a PGR para que reveja sua atuação e passe a investigar de maneira imparcial todos os aspectos que levaram às tensões políticas e sociais no país. Continua LER mais...[AQUI]
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Fonte: Debate Televisivo com Mohamed Yassin (TV Miramar)