
A activista Fátima Mimbire criticou duramente as recentes declarações do Presidente da República, Daniel Chapo, sobre a repressão às manifestações em Moçambique.
Durante uma participação televisiva, Mimbire afirmou que as palavras do chefe de Estado são uma clara incitação à violência e que equiparam os manifestantes a terroristas.
"Este pronunciamento do presidente Chapo causou muita perplexidade. Ele praticamente compara os manifestantes aos terroristas, que decapitavam e esquartejavam pessoas. Mas os manifestantes estão apenas a exigir justiça e transparência. Ele está a dizer que essas pessoas devem ser tratadas como criminosos?", questionou.
A ativista também apontou para a resposta desproporcional do governo, comparando a demora em reconhecer os insurgentes de Cabo Delgado como uma ameaça real com a rapidez em reprimir protestos populares.
"No início do terrorismo em Cabo Delgado, o governo levou anos a admitir a gravidade da situação. Agora, vemos uma repressão brutal contra cidadãos que apenas reivindicam seus direitos", afirmou.
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Mimbire também destacou que o direito à vida e à integridade física estão consagrados na Constituição moçambicana e que o discurso do Presidente representa uma violação direta desses princípios.
"Quando o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança diz que vai 'jorrar sangue' contra manifestantes, ele está a dar um aval para execuções extrajudiciais", alertou.
Além disso, ela sugeriu que a oposição parlamentar tome medidas formais contra Chapo, apresentando um requerimento à Procuradoria-Geral da República para que ele seja responsabilizado criminalmente.
Segundo a Constituição, um processo contra o Presidente pode ser iniciado se houver o apoio de 50 deputados para o requerimento e 167 votos no Parlamento para sua aprovação.
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"Está nas mãos das bancadas da oposição – Renamo, MDM e PODEMOS – unirem forças e exigirem justiça. Se realmente querem lutar contra a fraude eleitoral, este é um passo crucial", concluiu.
Fonte: TV Miramar