
Apesar das declarações otimistas do CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, sobre o possível financiamento de 4,7 mil milhões de dólares pelo Banco de Exportação-Importação (Exim) dos EUA para o projeto de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique, a petrolífera francesa surpreendeu ao suspender centenas de trabalhadores baseados na península de Afungi, em Cabo Delgado.
Segundo o portal Africa Intelligence, as instruções para a suspensão das operações começaram a ser enviadas a 7 de fevereiro para todas as empresas subcontratadas do consórcio CCS, que inclui a italiana Saipem, a japonesa Chiyoda e a norte-americana McDermott.
Esse consórcio é responsável pela construção de duas unidades de liquefação com capacidade para processar 13 milhões de toneladas de gás por ano.
A decisão da TotalEnergies surge de forma inesperada para as autoridades moçambicanas, já que, em 5 de fevereiro, Patrick Pouyanné expressou confiança na retoma do projeto e elogiou a melhoria das condições de segurança na região devido à presença de tropas ruandesas.
A petrolífera, no entanto, justifica a suspensão com a falta de garantias financeiras para o projeto, levando a mais um adiamento no levantamento da declaração de força maior, imposta desde abril de 2021.
A suspensão impacta diretamente empresas como a italiana Renco, a sul-africana WBHO, a Gabriel Couto e a International Facilities Services (IFS), que mantinham operações reduzidas em Afungi.
Embora a TotalEnergies reforce que mantém interesse no projeto, a incerteza cresce, alimentando rumores sobre uma possível venda da operação.
A decisão representa um revés para o presidente moçambicano Daniel Chapo, que se reuniu com Patrick Pouyanné em 28 de janeiro, em Maputo, na tentativa de garantir a continuidade do investimento no país.
📌 Fonte: Moz24h