
A economia moçambicana vive um cenário onde os protestos tornam-se uma expressão comum do descontentamento popular, com a população pobre depositando suas expectativas nos negócios locais, muitas vezes mais confiáveis do que o próprio Estado.
Esse fenômeno reflete uma crise de confiança nas instituições governamentais, especialmente em um contexto onde a falta de infraestrutura básica continua a ser um desafio significativo.
Na província de Maputo, por exemplo, alunos da escola primária de Ngolhoza são forçados a estudar ao ar livre devido à escassez de salas de aula, um reflexo de uma crise educacional agravada pela falta de investimentos do governo.
A falta de prédios escolares é um problema generalizado em várias regiões de Moçambique, muitas vezes sendo atribuída a indústrias pesadas recém-chegadas, que são vistas como responsáveis pela melhoria da infraestrutura local.
Recentemente, na semana passada, um protesto na fábrica de Nacala-Porto da produtora de cimento Moçambique Cimento destacou o crescente apetite por manifestações no país. Esse evento foi mais uma evidência de que os cidadãos, desiludidos com a ineficiência do Estado, buscam alternativas e apoio nos negócios locais, que acabam sendo considerados os principais fornecedores de soluções para problemas básicos.
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Esse descontentamento tem gerado uma crescente onda de protestos, que, embora nem sempre sejam massivos, refletem um crescente desgaste da relação entre o povo e o governo, com muitos aclamando que, se a liderança não está disposta a garantir o mínimo necessário para a população, o setor privado local deve ser o agente da mudança. Continua LER mais...[AQUI]