Novo Governo: Venâncio Mondlane Diz que Ministros Nomeados por Daniel Chapo Foram "Arranjados"
Maputo, Moçambique – Venâncio Mondlane criticou duramente a composição do novo governo liderado pelo primeiro-ministro Daniel Chapo, afirmando que os ministros nomeados foram escolhidos de forma arbitrária e sem uma lógica governativa clara.
Mondlane apontou uma desconexão entre as promessas da campanha eleitoral, o discurso de posse do presidente Filipe Nyusi e as medidas adotadas na formação do governo.
"Se você for ver os vídeos da campanha, se pegar o discurso da tomada de posse do presidente Nyusi, nota que há uma disfuncionalidade nas coisas.
Não há uma correspondência entre o manifesto, o que foi dito na campanha, o discurso inaugural e as medidas tomadas para a constituição do governo. Portanto, são disfuncionais", afirmou.
Segundo o deputado, a escolha dos ministros reflete uma falta de visão estratégica por parte de Daniel Chapo. "A pessoa que está a constituir o governo nunca teve uma ideia clara de como funciona o Estado, quais são as prioridades do Estado.
Essa visão é individual e não pode ser alienada aos assessores. Então, significa que ele nunca teve uma visão própria sobre as prioridades de governação do país e fica refém de clamores do partido", acusou.
Um dos exemplos citados por Mondlane foi a nomeação de Basílio Mota para o cargo de Ministro da Economia e Finanças. "Ele foi nomeado porque o partido reclamou, porque tem um histórico, porque o pai foi combatente. Mas ninguém analisou se ele tem competência.
O Basílio Muhate é o mais incompetente deste governo. Nunca geriu absolutamente nada, apenas foi funcionário de uma das holdings da FRELIMO, Moçambique Holdings, ou algo assim. Nunca geriu nenhum projeto privado, nenhuma empresa, nem uma barraca.
A única coisa que geriu foi a OJM. E as análises que fazia sobre economia na televisão eram uma tragédia, com problemas até em conceitos básicos de economia e finanças", criticou Mondlane.
As declarações do deputado da oposição aumentam a pressão sobre o novo governo, que já enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de implementar reformas eficazes.
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