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Multimilionário lidera órgão não-governamental com acesso a dados confidenciais do Tesouro
WASHINGTON — O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk, obteve acesso ao sistema de pagamentos do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, revelou o jornal New York Times (NYT).
A medida gerou grande controvérsia e levou à demissão do vice-secretário interino do Tesouro, David Lebryk, após mais de 30 anos de serviço público.
O Tesouro é responsável pelo desembolso de fundos federais, tendo movimentado cerca de 5 biliões de dólares no ano fiscal de 2023. Com o novo acesso, o DOGE poderá monitorar e, possivelmente, interferir em pagamentos destinados a programas como a Segurança Social e o Medicare.
A decisão ocorre no contexto das iniciativas do presidente Donald Trump para reduzir custos administrativos e combater alegados desperdícios. Musk, que se tornou um dos principais conselheiros de Trump, reforçou essa postura ao criticar publicamente o “nível de corrupção” na administração pública.
A concessão de acesso ao DOGE levantou preocupações no Senado. O senador democrata Ron Wyden enviou uma carta ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertando sobre o risco de Musk e sua equipe utilizarem o sistema para reter pagamentos de forma seletiva, comprometendo programas federais essenciais.
Musk e suas empresas, como a Tesla e a SpaceX, já receberam contratos milionários do governo dos EUA, o que levanta dúvidas sobre conflitos de interesse e a isenção do DOGE na tomada de decisões sobre cortes de financiamento.
O Departamento do Tesouro ainda não esclareceu se o DOGE tem autoridade para bloquear pagamentos ou apenas acessá-los para auditoria. O caso promete gerar debates acalorados no Congresso e aprofundar a polarização política em Washington.
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