
Maputo, 26 de Fevereiro de 2025 – Os operadores dos transportes interprovinciais da Junta, na cidade de Maputo, enfrentam grandes prejuízos devido à paralisação dos autocarros, causada pelos recorrentes bloqueios na Estrada Nacional Número Um (N1).
Na sexta-feira, as rotas para Chimoio, Tete e Vilankulo foram suspensas, e no fim de semana não houve viagens. Na segunda-feira, apenas dois autocarros partiram do terminal, com destino às cidades de Chimoio e Tete.
De acordo com o presidente da associação dos transportadores, Gil Zunguze, a redução de passageiros está diretamente ligada aos bloqueios na N1, que prolongam os dias de viagem e geram pânico entre os utentes.
“Em média, cada viatura transportava 40 passageiros por dia. Agora são menos de metade, devido à insegurança. Muitos estão em pânico e preferem não viajar. Os poucos que viajam tornam a atividade insustentável, porque acarreta mais custos do que lucros”, afirmou Zunguze.
Manifestantes bloqueiam N1
Zunguze relatou ainda que, na última semana, nas zonas de Bobole, Chongoene, Inhassoro e Cumbana, houve ataques contra viaturas, com arremesso de pedras, gerando pânico e até problemas de saúde entre os passageiros.
“Há casos em que os viajantes são forçados a pernoitar na estrada, devido à destruição das viaturas e ao saque de combustível. É doloroso ver uma criança a dormir na via durante dois ou três dias, sem água, comida, banho e condições para satisfazer necessidades fisiológicas”, lamentou.
Fátima Mariamo, de 35 anos, que planejava viajar para Vilankulo na segunda-feira, foi obrigada a pedir dinheiro emprestado para permanecer mais um dia em Maputo, após a suspensão da rota.
“Não sei como hei de pagar a casa e a comida. Viajar assim é difícil, porque a qualquer momento rebentam pneus, quebram vidros e/ou obrigam-nos a sair dos autocarros para serem usados nos bloqueios ou incendiados”, contou.
Fonte: Jornal Notícias