Pastor Marcos Chambule revela polêmica em culto de Daniel Chapo
O pastor Marcos Chambule, detido após uma intervenção em um culto
envolvendo Daniel Chapo, recém-eleito presidente da República de Moçambique,
compartilhou detalhes sobre o ocorrido.
Ele afirma que o evento, promovido como religioso, foi transformado em um
ato político, algo que considera uma violação dos princípios religiosos.
Em seu depoimento, Chambule declarou: "Confrontei os líderes
religiosos porque o culto, em vez de ser um momento de reconciliação e
arrependimento, foi usado para promover uma agenda política.
Não houve confissão de pecados, apenas declarações como a de uma profetisa
que afirmou que Daniel Chapo foi escolhido por Deus, o que considero uma
atitude errada e sem fundamento bíblico."
O pastor foi preso e levado à terceira esquadra de Maputo, onde relata ter
enfrentado situações que considera abusivas, como o confisco de seus telefones
e a impossibilidade de comunicar-se com sua família.
"Eles abriram meus telefones e insinuaram que ser apoiador de Venâncio
Mondlane é algo negativo, o que considero uma afronta à liberdade de expressão
e aos direitos dos cidadãos", afirmou.
Apesar da experiência, Chambule mantém-se firme em sua posição: "Minha
intervenção foi por obediência a Deus. Não pequei contra Deus nem contra a lei.
Os pastores são exemplos para a sociedade e não podem usar a religião para
fazer política."
O pastor concluiu pedindo maior responsabilidade aos líderes religiosos e
enfatizando que a separação entre política e religião deve ser preservada para
evitar a manipulação da fé.