Maputo: Professores da Escola Unidade-2 suspensos após protesto por pagamento de horas extras
Pelo menos 39 professores da Escola Secundária Unidade-2, na Cidade de Maputo, foram suspensos das suas funções após reivindicarem o pagamento de horas extras referentes ao ano de 2023.
Os docentes alegam que a Direção da escola os afastou até o dia 27 de janeiro e que têm sido alvo de ameaças.
De acordo com um comunicado interno da instituição, ao qual a Jornal Ao Minuto teve acesso, os docentes foram retirados de todas as atividades relacionadas aos exames do ano letivo de 2024, após terem realizado uma manifestação no dia 2 de dezembro de 2024.
“A Direção da escola supracitada vem por este meio informar que, devido a esta situação, estão afastados de todo o processo de exame do ano letivo 2024 os docentes abaixo mencionados”, lê-se no documento:
Em declarações à nossa redação, os professores negaram terem sido sensibilizados para controlar os exames especiais, que tiveram início no dia 20 de janeiro em sete províncias do país.
Eles refutam as declarações do Diretor dos Serviços e Assuntos Sociais da Cidade de Maputo, Armando Mutemba, que, em entrevista à imprensa, afirmou que os docentes estavam a colaborar com o processo de vigilância.
“Acompanhamos a entrevista do Diretor da Educação da Cidade de Maputo e ficamos desapontados com algumas afirmações.
Ele disse que já fomos sensibilizados e que estamos a vigiar os exames na escola, mas essa informação não corresponde à verdade. Fomos suspensos desde o dia da manifestação”, explicaram os professores.
Segundo os docentes, alguns colegas voltaram a controlar os exames não por sensibilização, mas sim por receio de represálias da direção da escola.
“Alguns colegas têm recebido ligações com ameaças, razão pela qual cerca de cinco professores recuaram e decidiram controlar os exames”, denunciaram.
Sobre o pagamento das horas extras, os professores desmentem as alegações de Armando Mutemba de que a dívida foi saldada.
Eles garantem que os valores pagos não cobrem sequer dois meses de trabalho e que muitos ainda não receberam os montantes devidos.
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“Prometeram pagar todo o dinheiro de 2023, mas o que pagaram não corresponde a dois meses, não pagaram a todos e nem sequer esclareceram a situação”, lamentaram os docentes.
A situação continua a gerar tensão na escola, enquanto os professores aguardam uma solução para as suas reivindicações.