
Greve marca regresso às aulas na Escola Internacional de Maputo devido a atrasos salariais e gestão danosa
O início do ano letivo na Escola Internacional de Maputo (EIM), que deveria ser um momento de normalidade, foi marcado por uma greve de professores e funcionários, esta sexta-feira.
Com cartazes em punho, os trabalhadores exigem o pagamento de salários em atraso desde novembro de 2024, denunciando uma gestão danosa e falta de transparência na administração da instituição.
De acordo com informações apuradas, os funcionários da EIM acusam o diretor da escola, Lukas Dominic Mkuti, de má gestão, apontando-o como "incompetente" e "arrogante".
Além do atraso salarial, há relatos de desigualdade no tratamento entre professores estrangeiros e moçambicanos, sendo que os primeiros têm recebido os seus vencimentos regularmente, enquanto os locais enfrentam meses sem remuneração.
A insatisfação com a atual administração estende-se também aos encarregados de educação, que temem pelo futuro da instituição. A Associação dos Pais manifestou preocupação com a possibilidade de perda da certificação internacional Cambridge, que é um dos principais atrativos da escola.
Segundo os pais, a falta de investimentos adequados tem comprometido a qualidade do ensino e gerado incertezas sobre a continuidade dos padrões acadêmicos exigidos.
Outra queixa recorrente diz respeito à dissolução do conselho escolar, que antes envolvia pais e professores nas decisões administrativas.
A Associação dos Pais acusa o diretor de uso indevido das mensalidades pagas, alegando que ele utiliza os fundos para fins pessoais e se escuda em supostas conexões políticas para evitar sanções.
Em tentativas anteriores de diálogo, os pais buscaram intervenção do Ministério da Educação, mas apesar das promessas feitas pela ministra cessante, a crise continua sem solução.
A EIM, que segue o currículo britânico e atende filhos de diplomatas e funcionários de organizações internacionais, enfrenta uma crise que ameaça sua reputação e funcionamento.
Os trabalhadores e encarregados de educação exigem uma solução urgente, apelando às autoridades competentes para intervir e garantir a estabilidade financeira e acadêmica da instituição.