Fundo Soberano: “Moçambique não precisa de mais leis, mas de cumpri-las”

 

Fundo Soberano de Moçambique: Falta de Transparência e Atrasos na Implementação Preocupam Especialistas

A activista moçambicana Fátima Mimbire alertou, em entrevista à DW, para a falta de transparência e os atrasos na estruturação do Fundo Soberano de Moçambique.

Segundo Mimbire, o problema não está na legislação, mas na sua aplicação, destacando preocupações sobre a influência governamental e a ausência de relatórios sobre a gestão dos recursos minerais.

Apesar de a lei prever a criação de órgãos de supervisão, como o Comitê de Supervisão e o Grupo de Conselheiros do Ministério da Economia e Finanças, há críticas quanto à presença de directores do governo nesses cargos, levantando dúvidas sobre a independência do fundo.

A estratégia de investimentos também gera debates acerca da sua eficácia e transparência.

Outro ponto de preocupação é a falta de informações claras sobre a estrutura organizacional do Banco de Moçambique, responsável pela gestão operacional do fundo.

Até o momento, não foram divulgadas informações sobre os procedimentos de contratação dos gestores, que deveriam ocorrer de forma transparente e baseada em competência e integridade.

A demora na publicação de relatórios da conta transitória, onde são depositadas as receitas provenientes dos recursos minerais antes de serem canalizadas para o Fundo Soberano, é outra preocupação levantada pela sociedade civil.

A falta de atualizações regulares impede o acesso a informações essenciais sobre a utilização dos fundos.

Mimbire enfatiza que Moçambique não precisa de novas leis para o Fundo Soberano, mas sim de garantir o cumprimento das normas já estabelecidas, com nomeações baseadas em competência e transparência para assegurar a boa gestão dos recursos do país.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem