Fredson Guilengue: "Nenhum País Africano Quer Criar Inimizades com Moçambique"

Fredson Guilengue: "Nenhum País Africano Quer Criar Inimizades com Moçambique"

Faltando apenas quatro dias para a investidura de Daniel Chapo como Presidente da República de Moçambique, eleito nas eleições de 9 de outubro de 2024, setores da sociedade civil continuam engajados em tentar inviabilizar a cerimônia solene de tomada de posse.

A Plataforma Decide e o Consórcio Eleitoral Mais Integridade enviaram uma carta ao Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, solicitando que ele atue como mediador na crise política que se desenrola no país. Contudo, o analista político Fredson Guilengue avalia como improvável que essa iniciativa tenha sucesso.

Em declarações à imprensa, Guilengue afirmou que "nenhum país africano, sobretudo membros da SADC, está disposto a criar inimizades com Moçambique". Ele destacou que a cooperação entre os países da região torna difícil encontrar um estado vizinho que esteja disposto a adotar uma postura confrontadora com a FRELIMO.

"O exemplo do Zimbábue é claro. Em vez de resolver o problema, a SADC praticamente posicionou-se ao lado da ZANU-PF. Será difícil imaginar que outro estado africano venha intervir de forma contrária aos interesses do partido no poder em Moçambique", afirmou Guilengue.

Segundo o analista, o governo moçambicano ainda não enfrenta pressão suficiente, interna ou internacional, que o obrigue a sentar à mesa de negociações para resolver as tensões que têm gerado manifestações no país.

"Apesar das mobilizações, o regime acredita que pode sobreviver a longo prazo, mesmo com protestos constantes. Já vimos isso no passado. Houve lutas, concessões e até mudanças constitucionais e legais, mas isso não ocorreu por pressão externa significativa", observou Guilengue, referindo-se às negociações e conquistas obtidas fora do contexto formal da Assembleia da República.

Enquanto isso, a tensão política segue aumentando, e a expectativa sobre os próximos dias, incluindo a cerimônia de tomada de posse, permanece alta.

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