Moçambique aguarda medidas concretas do novo presidente diante de crise econômica e insatisfação social
Os primeiros dias de Daniel Chapo como presidente de Moçambique foram marcados por pressão popular e greves em diversos setores, incluindo educação e saúde. O novo líder assume o cargo em um momento de grande instabilidade política e econômica, com manifestações recentes evidenciando o descontentamento generalizado da população.
A insatisfação popular se deve não apenas às denúncias de fraudes eleitorais, mas também à crise econômica, ao aumento do custo de vida e à alta taxa de desemprego juvenil. A nova ministra das Finanças, Carla Louveira, revelou que o governo perdeu cerca de 42 bilhões de meticais (aproximadamente 664 milhões de dólares) em receitas no último ano, agravando ainda mais a situação financeira do país.
No discurso de posse, Chapo prometeu melhorias em setores essenciais, como agricultura, saúde e educação, e comprometeu-se a reduzir os gastos governamentais em 17 bilhões de meticais (268 milhões de dólares). Entretanto, suas declarações foram vagas e não apresentaram um plano detalhado para enfrentar os desafios econômicos do país.
Enquanto Chapo ainda não detalhou suas ações, seu principal rival político, Venâncio Mondlane, apresentou 25 medidas que exige que o governo implemente, muitas delas focadas na redução do custo de vida. Entre suas propostas está o controle do preço do cimento para facilitar o acesso à habitação, um dos principais problemas enfrentados pela população moçambicana.
A população espera que o governo de Chapo demonstre um compromisso real com soluções concretas. A frustração e a desesperança têm levado às manifestações violentas, incluindo o ataque a delegacias de polícia. Para evitar um agravamento da crise, Chapo precisará provar rapidamente que está ouvindo as reivindicações da população e colocando políticas eficazes em prática. (Zitamar News)
