Caso dos 219 Milhões MT: Advogado Rocha diz não haver Fundamento Jurídico contra Forquilha
Maputo, Moçambique
– O advogado Rodrigo Rocha contestou as acusações de corrupção contra Albino
Forquilha, alegando ausência de fundamentação jurídica para a responsabilização
criminal do ex-dirigente.
Rocha argumenta que,
mesmo que Forquilha tenha recebido os alegados 219 milhões de meticais, tal
situação não configura corrupção passiva para a prática de um ato lícito,
conforme previsto no artigo 426 do Código Penal.
"Não está
configurado o nexo causal entre a ressecção dos fundos e a prática de qualquer
ato. Para provar a existência de corrupção, é necessário demonstrar a relação directa
entre o valor recebido e a suposta acção ilícita", declarou o
advogado.
Por outro lado, o
analista político Ernesto Júnior classificou como "precipitada" a
submissão de uma queixa-crime à Procuradoria da Cidade de Maputo pelo partido
PODEMOS na última quinta-feira.
Segundo ele, o caso já
se encontra sob investigação pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção
(GCCC) após denúncia feita pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento
(CDD).
"Foi apressado.
Parece que o PODEMOS tenta se esconder atrás desse processo, considerando que o
GCCC já está a investigar o caso", afirmou Ernesto Júnior.
Ele também sugeriu que
o PODEMOS poderia seguir o mesmo caminho de denúncia contra Adriano Nuvunga,
líder do CDD, caso considere necessário.
O PODEMOS, por sua vez,
exige que o CDD apresente provas materiais que demonstrem que Forquilha teria
recebido os valores mencionados para abandonar a luta política em defesa da
verdade.
O partido alega que as acusações carecem de evidências concretas e pede maior transparência no tratamento do caso. (Jornal Ao Minuto)