Burladores usam imagem de jovem morto nas manifestações para ganhar dinheiro

Burladores usam imagem de jovem morto nas manifestações para ganhar dinheiro

Burladores usam imagem de jovem morto nas manifestações para ganhar dinheiro

Um desconhecido está a lucrar com a imagem de Stefan Diogo Sitoe, um dos jovens assassinados pela Polícia na Machava-Socimol, município da Matola, durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique. 

O burlador está vendendo camisetas com a foto do jovem ao preço de 1.000 meticais cada, aproveitando-se da comoção gerada pela tragédia.

A denúncia foi feita pela mãe do malogrado, Violeta Armando Tivane, que revelou estar profundamente abalada ao ver a imagem do filho estampada em camisetas sendo comercializadas nas redes sociais sem sua autorização. 

“Quando vi as camisetas no Facebook, fiquei chocada. É doloroso ver que alguém sem coração está usando a imagem do meu filho para ganhar dinheiro, sem pensar nos consultar. Isso fere o meu coração”, lamentou Violeta.

Segundo ela, Stefan perdeu a vida há apenas uma semana, e a ideia de encontrar pessoas usa camisetas com sua imagem agravada ainda mais a sua dor. 

“Não posso acreditar que há quem tente lucrar com a nossa tristeza. É inaceitável”, desabafou.

Família ainda não apresentou queixa à polícia

A família de Stefan ainda não formalizou uma denúncia às autoridades, mas tentou, sem sucesso, contactar o indivíduo responsável para pedir que cessasse a venda das camisetas. 

“Tentamos ligar para ele, mas não atendemos às nossas chamadas e ignoramos nossas mensagens”, afirmou Violeta Tivane.

A equipe de reportagem da “Carta” também tentou contatar o responsável pela comercialização das camisetas, mas todas as tentativas foram frustradas.

Lembre-se do caso

Stefan, de 18 anos, trabalhava como serralheiro na África do Sul e estava em Moçambique para passar as festas com a família. 

Na madrugada de 15 de Janeiro, quando regressou de um bar próximo à sua casa com amigos, foi atingido por mais de 30 balas disparadas por desconhecidos, resultando em sua morte e de mais dois amigos. 

O ataque ocorreu no dia da posse do Presidente da República, em meio às políticas que assolaram o país.

Casos de aproveitamento não são novidade

Este não é o primeiro caso de aproveitamento de tragédias para fins lucrativos em Moçambique. 

Em novembro de 2024, uma campanha de arrecadação de fundos foi lançada nas redes sociais em nome de uma jovem atropelada por um carro blindado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), durante os protestos pós-eleitorais. 

Os familiares da vítima, indignados, repudiaram a iniciativa, afirmando que desconheciam qualquer pedido de doação e que um jovem, na época, ainda se encontrasse internado e inconsciente no Hospital Central de Maputo.

A venda de camisetas com a imagem de Stefan Diogo Sitoe reacende o debate sobre a ética e o respeito pelo luto das famílias moçambicanas, que continuam a enfrentar o luto e a busca por justiça para os seus entes queridos. (CartaMz)

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Burladores usam imagem de jovem morto nas manifestações pós-eleitorais para vender camisetas. A família denuncia e exige respeito pelo luto.

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