Jacob Zuma e Paul Mashatile unem forças para enfraquecer Cyril Ramaphosa. Será o fim da presidência?
A política
sul-africana vive mais um capítulo de incertezas e tensões. Desta vez, os
holofotes se voltam para uma suposta aliança entre o ex-presidente Jacob Zuma e
o atual vice-presidente Paul Mashatile, que estaria desestabilizando a
liderança de Cyril Ramaphosa no Congresso Nacional Africano (ANC) e no governo.
Desde que
assumiu o poder em 2018, Ramaphosa enfrentou inúmeros desafios, incluindo
acusações de corrupção herdadas da administração de Zuma e uma crescente
insatisfação interna no partido.
Porém, o
cenário político tornou-se ainda mais complexo com relatos de que Mashatile
estaria se alinhando a Zuma, cujos escândalos de "captura do Estado"
marcaram sua presidência.
A aliança
Mashatile-Zuma é vista por analistas como um movimento estratégico para
fortalecer facções internas do ANC e enfraquecer o presidente.
Além disso,
há rumores de que essa união busca redesenhar a coalizão governamental formada
em 2023, afastando partidos como a Aliança Democrática (DA) e criando espaço
para novas colaborações, como com o Partido dos Combatentes da Liberdade Económica
(EFF).
Se
concretizada, essa reconfiguração política pode trazer mudanças drásticas, como
a implementação de políticas económicas radicais, defendidas pelo EFF,
incluindo a nacionalização de indústrias e redistribuição de terras.
Tais medidas
poderiam impactar significativamente a economia e a sociedade sul-africana.
Ramaphosa,
por sua vez, enfrenta dificuldades para manter a unidade dentro do ANC. A
influência da ministra das Comunicações, Khumbudzo Ntshavheni, uma aliada leal
ao presidente, também está sob escrutínio, com críticos acusando-a de
marginalizar opositores internos.
Enquanto o
cenário político sul-africano se fragmenta, especialistas alertam para o risco
de retrocessos na luta contra a corrupção e no fortalecimento das instituições
democráticas.
O futuro do
país depende das decisões tomadas por suas lideranças nos próximos meses, mas
uma coisa é certa: a política na África do Sul está longe de encontrar
estabilidade.