Teodoro Waty defende mudanças profundas e expõe falhas nas eleições em Moçambique
Em declarações surpreendentes que abalaram os
membros da FRELIMO, Teodoro Waty, membro sênior do Comitê Central do partido,
defendeu abertamente a necessidade de mudanças profundas no país e criticou a
condução das recentes eleições.
Em entrevista ao jornal Canal de Moçambique, Waty afirmou que o partido deve assumir a
responsabilidade pelos erros cometidos e reconhecer que o país precisa de
reformas significativas.
"Mesmo que isso signifique perder poder, se for
para o bem-estar do país, dos nossos filhos e netos, é necessário que a FRELIMO
aceite se afastar", declarou Waty.
Ele também sugeriu que os quatro
candidatos presidenciais deveriam reunir-se antes da proclamação oficial dos
resultados pelo Conselho Constitucional, como forma de evitar um cenário de
instabilidade.
"Até as
crianças das ruas já falam sobre o enchimento de urnas. Precisamos ter vergonha
e admitir a falta de lisura neste processo. Ser surdo ou cego perante esses
sinais não nos torna mais patriotas", acrescentou.
O dirigente também teceu duras críticas ao Conselho
Constitucional, acusando-o de ser um instrumento para legitimar um processo
eleitoral comprometido.
"O Conselho Constitucional não terá capacidade de
colocar ordem no país, pelo contrário, está sendo usado como uma máquina para
levar o país ao abismo", afirmou Waty, alertando para o risco de o país
mergulhar em uma crise ainda maior.
Estas declarações têm gerado repercussão tanto
dentro como fora do partido, com muitos questionando o impacto político das
palavras de Waty.
Ele reiterou que as mudanças devem ser rápidas e profundas,
mesmo que isso venha a afectar directamente o seu próprio papel na
política.
O posicionamento de Waty reflete a crescente pressão
social por mudanças e maior transparência no sistema democrático moçambicano.
As manifestações pós-eleitorais em várias províncias mostram que a população exige
respostas e reformas estruturais para garantir um futuro mais justo para todos
os cidadãos. Continue lendo mais notícias[Aqui]