Renato Mueleca Questiona Administração Pública como Causa Raiz dos Problemas no País
Renato Mueleca trouxe uma análise contundente sobre a administração pública em Moçambique durante um debate recente, destacando que a origem das dificuldades enfrentadas pelo país não se limita à composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas sim à estrutura e funcionamento de todo o aparelho estatal. Para ele, o problema é sistêmico e está profundamente enraizado no controle exercido pelo partido no poder, a Frelimo.
A Máquina Administrativa Sob Controle
Mueleca apontou que o verdadeiro desafio não está apenas na composição da CNE, mas no espírito de funcionamento das instituições do Estado. Ele afirmou que "o Estado moçambicano e sua máquina administrativa estão controlados pelo sistema" e que há uma "mão invisível" que direciona o funcionamento dessas estruturas. Essa interferência, segundo ele, compromete a credibilidade e a imparcialidade das instituições.O argumento de Mueleca enfatiza que a paridade ou a presença de diferentes forças políticas em órgãos como a CNE não é suficiente para garantir a confiabilidade do sistema. Ele destacou que os problemas são muito mais profundos e decorrem da falta de independência dessas entidades, que acabam por ser controladas por interesses superiores.
Impunidade e Falta de Responsabilização
Outro ponto levantado foi a questão da impunidade. Mueleca criticou a ausência de investigações sérias e de responsabilização dos envolvidos em erros graves, como os vogais da CNE que cometeram irregularidades. Ele também questionou o papel da Procuradoria, que deveria apurar os crimes eleitorais, mas que, segundo ele, tem se concentrado em investigar aqueles que reagem a tais crimes.
“É fundamental despartidarizar o Estado moçambicano e criar instituições que funcionem com isenção. O problema do país não está apenas nas pessoas, mas no sistema que perpetua essas práticas”, afirmou Mueleca, apontando que a solução para os desafios de Moçambique passa por uma reforma estrutural.
Um Apelo à Reflexão e à Ação
Mueleca concluiu com um apelo para que todos os moçambicanos se unam para transformar o sistema administrativo e combater a impunidade. Ele destacou que a situação atual, onde vidas são ceifadas e direitos violados sem consequências, é insustentável.
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Para ele, o foco deve ser "desfazer todo o mal que o país vive neste momento" e isso só será possível com uma mudança drástica no modo como as instituições operam. Ele encerrou sua intervenção enfatizando que a responsabilidade pelo futuro do país é coletiva, exigindo decisões corajosas e comprometidas com o bem comum. Continue lendo mais [Aqui]