Muchanga: “Moçambique vive uma soberania selvagem semelhante a hienas e leões”, afirma deputado da Renamo
Maputo, Moçambique —
Durante uma intervenção transmitida pela TV Miramar e transcrita pelo Jornal Ao
Minuto, António Muchanga, deputado da Renamo, comparou a soberania moçambicana
ao comportamento de animais selvagens como hienas, cães selvagens e leões,
destacando a crise de governabilidade no país.
A declaração foi feita
no contexto de um debate sobre modelos de governança propostos por diferentes
partidos para lidar com a actual crise eleitoral.
Muchanga explicou que o
conceito de soberania em Moçambique está distorcido, assemelhando-se à luta
pela sobrevivência típica de animais selvagens. Segundo ele, “não há uma
soberania racional que respeite os direitos dos cidadãos. Estamos numa
soberania selvagem, onde instituições funcionam de forma predatória, promovendo
a violência e a desordem”.
O parlamentar também
criticou a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e outros órgãos do
Estado, que, segundo ele, estão subordinados a um sistema partidário opressor,
referindo-se à influência da Frelimo.
Para Muchanga, o
problema não está apenas na administração eleitoral, mas em toda a máquina
administrativa do Estado, que, segundo ele, “é controlada por uma mão invisível
que atua sobre todas as instituições”.
Ao abordar as propostas
de um governo de gestão ou de unidade nacional como soluções temporárias para a
crise, Muchanga enfatizou que a raiz do problema vai além desses modelos. Ele
propôs que a solução só será possível com uma reestruturação completa do
sistema de governança e maior responsabilização das instituições públicas.
O parlamentar também
destacou episódios recentes de fraudes eleitorais, como o aumento suspeito de
votos na Província de Maputo, que, segundo ele, não reflectem a realidade
demográfica. Para Muchanga, esses problemas alimentam a desconfiança dos
cidadãos e incentivam actos de violência.
“Se queremos um
Moçambique melhor, precisamos despartidarizar o Estado e criar instituições
independentes que trabalhem com isenção”, concluiu. Continue lendo mais [Aqui]