Caos e destruição em Maputo após anúncio dos resultados eleitorais

 

Caos e destruição em Maputo após anúncio dos resultados eleitorais

Maputo viveu uma noite de caos e destruição após o Conselho Constitucional anunciar, nesta segunda-feira, 23 de dezembro, os resultados das sétimas eleições gerais de Moçambique. A vitória foi atribuída ao partido no poder e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo. 

No entanto, o descontentamento popular logo se fez sentir nos bairros suburbanos da capital, com manifestações que rapidamente degeneraram em vandalismo e saques.

Entre os alvos mais afetados, destacam-se o Depósito de Medicamentos do Ministério da Saúde, localizado no bairro de Mavalane. Manifestantes incendiaram viaturas, contentores frigoríficos de medicamentos e grande parte do equipamento instalado no local. 

Antes do incêndio, houve relatos de saques de materiais de escritório, incluindo computadores e outros bens. Um morador local relatou: “Começaram pelos escritórios, retiraram computadores, geladeiras e outros bens. Depois, incendiaram tudo, incluindo a guarita e o armazém principal.”

Apesar da chegada de unidades das Forças de Intervenção Rápida e dos bombeiros, o fogo consumiu quase todo o depósito antes de ser controlado.

O bairro de Mavalane também foi palco de outras cenas de vandalismo. Manifestantes destruíram parte do muro que separa o Aeroporto Internacional de Maputo do bairro. Bens públicos e privados foram igualmente alvos de destruição. 

Uma bomba de combustível foi saqueada, e a loja de conveniência no local foi completamente vandalizada. Um dos manifestantes declarou: “Nós não vamos parar. Esses resultados não representam o que votámos. Votámos em outra pessoa, não no Chapo.”

Barricadas em estradas, queima de pneus, pilhagens de várias lojas e estabelecimentos comerciais marcaram a noite violenta. Além disso, imagens divulgadas nas redes sociais mostram portagens incendiadas, incluindo a de Maputo e a de Cuma, geridas por diferentes concessionárias. Carros da polícia também foram queimados, evidenciando a gravidade dos confrontos.

Enquanto isso, a atuação das Forças de Defesa e Segurança foi criticada por parte da população, que acusou os agentes de inércia diante da destruição generalizada. Houve relatos de confrontos violentos entre manifestantes e polícia, com registo de feridos por bala.

As manifestações, que refletem um profundo descontentamento com os resultados eleitorais, deixam claro o nível de tensão social que persiste em Moçambique. As autoridades ainda não divulgaram um balanço oficial dos prejuízos, mas o impacto na cidade de Maputo é evidente, com infraestruturas públicas e privadas severamente danificadas. Continue lendo mais...

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