Eleições 2024: Albino Forquilha exige auditoria forense e punição aos responsáveis por fraude eleitoral
O presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, apresentou nesta
terça-feira, após quase 24 horas de atraso em relação ao horário inicialmente
previsto, uma proposta de soluções para a crise pós-eleitoral que abala
Moçambique.
A crise, marcada por manifestações populares, decorre da rejeição aos
resultados das eleições gerais de 9 de Outubro, que declararam a Frelimo e seu
candidato vencedores com mais de 70% dos votos.
Durante uma conferência de imprensa realizada na manhã de hoje, Forquilha
apontou que a solução para a crise política deve começar pela identificação do
problema. Para ele, o problema reside na "sonegação da democracia e na
fraude eleitoral".
Nesse contexto, o líder do PODEMOS defendeu que o Conselho Constitucional
deve confrontar as atas e editais entregues pelos partidos políticos com os
documentos dos órgãos eleitorais. Caso não se consiga apurar a verdade
eleitoral, Forquilha sugeriu a realização de uma auditoria forense, com
responsabilização clara dos autores da fraude.
“Não podemos invalidar o processo eleitoral sem avançar as razões e, muito
menos, deixar de responsabilizar os envolvidos na fraude”, afirmou. Segundo
Forquilha, ao resolver essas questões, será possível encerrar as manifestações
populares, que ele classificou como "um ato de pressão" contra os
resultados das eleições presidenciais, legislativas e provinciais.
O presidente do PODEMOS também destacou a importância de estabelecer
princípios claros para o diálogo político. Ele defendeu que o diálogo deve
reconhecer que "todos somos moçambicanos" e que as soluções não devem
beneficiar partidos específicos, mas sim o país como um todo.
Para Forquilha, os principais atores do problema são a Frelimo e o Governo,
enquanto o PODEMOS e o candidato Venâncio Mondlane figuram como vítimas. O
diálogo também deve incluir partidos políticos, organizações da sociedade civil
e entidades profissionais.
Quanto às tentativas de diálogo entre o Presidente da República e os
candidatos presidenciais, Forquilha afirmou que ainda não há condições para sua
realização.
Ele citou a existência de processos pendentes contra Venâncio Mondlane e a
falta de garantias de segurança para que o candidato retorne ao país. No
entanto, revelou que já existem "linhas de contacto" sendo
estabelecidas para viabilizar o diálogo.
Com as manifestações em andamento e a tensão política crescente, o futuro do
processo eleitoral em Moçambique continua incerto. Continue lendo mais [Aqui]
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Política