Faltando apenas sete dias para o encerramento da campanha eleitoral, os quatro candidatos à Presidência da República de Moçambique — Lutero Simango, Daniel Chapo, Venâncio Mondlane e Ossufo Momade — continuam a intensificar os seus esforços para conquistar o voto dos eleitores.
As eleições, marcadas para o dia 9 de outubro, definirão quem liderará o país nos próximos cinco anos.
Cada candidato tem apresentado suas promessas focando em diferentes áreas de desenvolvimento, visando atrair o eleitorado com propostas que prometem transformar Moçambique.
Lutero Simango: reconstrução nacional e independência económica
Lutero Simango, candidato pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tem centrado sua campanha na promessa de reconstruir Moçambique, promovendo a independência económica e garantindo justiça social para todos os moçambicanos.
Segundo Simango, a chave para o desenvolvimento está no combate à corrupção, que ele considera o principal factor de empobrecimento do país.
Durante um comício na província de Nampula, Simango destacou a necessidade de erradicar a exploração ilegal de madeira, propondo a criação de indústrias para processar os recursos naturais localmente.
Na Beira, onde lançou oficialmente a sua campanha, o candidato prometeu a autonomia financeira dos juízes e a revitalização das empresas públicas para impulsionar a economia.
Simango também enfatizou a importância de desenvolver o sector agrícola, prometendo construir indústrias de agroprocessamento para criar emprego e promover o crescimento económico.
Nas suas intervenções em Niassa, comprometeu-se a transformar a província, oferecendo serviços essenciais e combatendo o terrorismo em Cabo Delgado.
Ele também afirmou que as riquezas minerais de Moçambique devem beneficiar, em primeiro lugar, os moçambicanos.
Daniel Chapo: descentralização e liberdade económica
Daniel Chapo, candidato da Frelimo, tem percorrido o país e a diáspora, prometendo melhorias nas condições de vida dos moçambicanos, com base nas conquistas dos governos anteriores do seu partido.
Chapo defende a descentralização como a principal estratégia para promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado em todo o país.
Durante sua campanha em Nampula, Chapo sugeriu tornar a província a capital económica de Moçambique. Na Zambézia, comprometeu-se a construir a Assembleia da República no distrito de Mocuba, transformando-o em um centro legislativo.
Ele acredita que essa redistribuição de funções ajudará a desenvolver as províncias e a diminuir as desigualdades regionais.
O candidato da Frelimo também tem apostado em promessas de melhorar o saneamento básico, a segurança pública e o transporte nas áreas urbanas.
Chapo defende uma maior participação das comunidades locais nos lucros da indústria extractiva, ao mesmo tempo que promete lutar contra o terrorismo em Cabo Delgado e outros desafios que ameaçam a estabilidade e o desenvolvimento do país.
A melhoria da Estrada Nacional Número 1 (EN1) é outro compromisso, juntamente com a construção de pontes e vias alternativas para conectar melhor as regiões.
Venâncio Mondlane: despartidarização e desenvolvimento local
Venâncio Mondlane, candidato pelo partido PODEMOS, tem focado sua campanha na despartidarização do Estado e na promoção de um governo mais justo e democrático.
Ele iniciou sua corrida presidencial na província de Maputo, onde prometeu acabar com os sequestros em um ano de governação e revitalizar o parque industrial para garantir empregos para os jovens.
Mondlane também defende a renegociação dos contractos com empresas multinacionais que operam no país, de forma a garantir que os lucros gerados pela exploração dos recursos naturais beneficiem mais directamente a população moçambicana.
Ele propõe a descentralização da gestão dos recursos minerais e a construção de fábricas de processamento local, aumentando o valor agregado dos produtos nacionais.
Um dos pontos mais debatidos por Mondlane tem sido a necessidade de melhorar as vias de acesso, especialmente em áreas rurais, para facilitar o escoamento da produção agrícola e fomentar o desenvolvimento regional. Ele também promete criar um estatuto para os combatentes, reconhecendo os guerrilheiros de todas as filiações partidárias e garantindo sua segurança e a de suas famílias.
Mondlane, que se destacou por denunciar episódios de intolerância política durante a campanha, promete que, se eleito, trará justiça e respeito pelos direitos civis, devolvendo Moçambique aos moçambicanos.
Ossufo Momade: reforma do Estado e desenvolvimento inclusivo
Ossufo Momade, candidato da Renamo, foi o último a lançar sua campanha eleitoral, prometendo uma mudança radical na forma como o país é governado. Momade afirma que, se for eleito, mostrará ao povo moçambicano como se deve governar de maneira eficiente e transparente.
Entre as principais promessas de Momade está a reforma da função pública, incluindo mudanças significativas na área da educação, com especial ênfase na melhoria dos salários dos professores.
Ele também pretende investir na comercialização agrícola, garantindo que o produtor seja o principal beneficiário do processo e possa definir o preço dos seus produtos.
Momade criticou a actual situação das estradas moçambicanas, afirmando que as vias de acesso precisam de uma melhoria urgente para garantir a circulação segura e o desenvolvimento económico.
Ele também prometeu industrializar a agricultura e a pesca, de modo a garantir que os moçambicanos tenham acesso a três refeições diárias, uma meta que considera fundamental para o bem-estar da população.
O candidato da Renamo também destacou a necessidade de um governo que respeite os direitos e as liberdades fundamentais, e prometeu acabar com a intolerância política que, segundo ele, tem prejudicado o processo democrático em Moçambique.
Conclusão: A semana decisiva para os candidatos
Com a campanha eleitoral aproximando-se do fim, os quatro candidatos continuam a percorrer o país, prometendo soluções para os principais problemas que afectam os moçambicanos.
Desde a reconstrução nacional proposta por Lutero Simango, à descentralização defendida por Daniel Chapo, passando pela despartidarização prometida por Venâncio Mondlane e as reformas estruturais garantidas por Ossufo Momade, todos os candidatos buscam convencer o eleitorado de que suas propostas são as melhores para o futuro de Moçambique.
A última semana de campanha será crucial, à medida que os candidatos intensificam os seus esforços para garantir a vitória nas eleições de 9 de Outubro.
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